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Olívia e Marta garimpando por aí!! |
Com um passeio a pé pelo Centro do Rio de Janeiro, a Sou+Carioca conta a história da Pequena África
Adoro andar pelas ruas do Rio. Moro num bairro no centro da cidade, e isso me permite fazer muitas coisas a pé. Permite também que eu observe, nessas andanças, lugares e patrimônios históricos, alguns relativos à época do Brasil colonial. Por isso, amei o roteiro Pequena África, promovido pela Sou+Carioca. Sem contar que neste tour, ainda contei com a presença da minha amiga e hoje sócia, a jornalista Marta Paes, que sempre me apoiou nesta ideia e mais ainda, sempre me ajudou nas postagens durante as minha viagens, mas de maneira informal, agora ela é oficialmente uma 'garimpeira' e neste passeio, garimpamos juntas. Além de andarmos pela região da Praça Mauá, Gamboa e Saúde, fomos presenteados com uma aula de história sobre a cultura negra na região. Cultura que foi trazida à força com os negros escravizados e que se moldou num ambiente de sofrimento e resistência. E eu acabei revisitando meu próprio passado, pois vivi muito da minha infância na casa da minha avó, dona Olívia, que morava na Rua do Escorrega, na Praça Mauá. Um passeio cheio de referências históricas do Rio e de lembranças afetivas. Maravilhoso!!!
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Marta Paes em seu primeiro dia de Garimpo no Tour Pequena África |
O Pequena África é um dos 150 roteiros criados pelo Sou+Carioca, projeto idealizado por Gabriela Palma, a Gaby, para fomentar o turismo interno. Ao lado das sócias Renata Vaz e Aparecida Jeronymo, a Dida, Gaby vem fazendo um trabalho apaixonado e apaixonante de valorização da história e do patrimônio da cidade, mostrando que o Rio vai muito além dos cartões-postais. O Sou+Carioca promove passeios em bairros como Bangu, na Zona Oeste, e Madureira, na Zona Norte, considerados, digamos, menos nobres para a indústria do turismo. E nesses quase quatro anos de atividade, já ganhou reconhecimento. O Sou+Carioca recebeu o prêmio Shell de Iniciativa Jovem e faz parte da incubadora de empresas Rio Criativo.
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Raquel, Luana, Gaby, Renata, Yara e Dida - Time Sou Mais Carioca |
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Rua Eduardo Janses. Lá no fim da escada, na Rua do Escorrega, morou dna Olívia, minha avó |
Nosso ponto de encontro foi em frente ao Museu de Arte do Rio (MAR), na Praça Mauá. De lá, fomos caminhando até um dos acessos ao Morro da Conceição, a escada com a bandeira do Brasil pintada nos degraus, na Rua Eduardo Jansem. E ali, Gaby nos explicou como o Morro da Conceição está intimamente ligado à história do Rio, que começou a crescer no quadrilátero formado entre este e os morros da São Bento, de Santo Antônio e do Castelo.
Para mim, uma emoção à parte. Subindo as escadas da Eduardo Jansem, cheguei à Rua do Escorrega, e estava lá, 40 anos depois, em frente ao prédio 21, onde vovó Olívia morava.
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Rua do Escorrega, 21. Aqui morou minha vó Olívia |
A Pequena África faz parte da minha história desde pequenininha
Seguimos para a Igreja de São Francisco da Penitência, bem pertinho dali. E mais um pouco da minha história de vida fazia pate do roteiro. Foi lá que fiz minha Primeira Comunhão.
Descemos até o Largo de São Francisco da Prainha, onde conhecemos a Casa do Nando, um restaurante que resgata a comida com toda influência da culinária trazida pelos negros escravizados. E pratos, como feijoada e angu, por apenas R$ 20, são um atrativo e tanto.
No Largo da Prainha vimos também a estátua da bailarina Mercedes Baptista (1921-2014), uma justa homenagem àquela que foi a primeira negra a integrar o corpo de baile do Theatro Municipal. O reconhecimento, no entanto, não veio nas apresentações de balé, nas quais era sempre preterida por conta da cor, e sim de sua atuação como precursora do balé afro-brasileiro e nas coreografias de alas, nos desfiles de carnaval. Também no Largo da Prainha, ouvimos histórias da Tia Ciata e outras lideranças femininas, tão importantes na resistência da cultura africana. Samba, capoeira e candomblé eram ilegais, mas nunca deixaram de acontecer nas casas dessas mulheres.
Descemos até o Largo de São Francisco da Prainha, onde conhecemos a Casa do Nando, um restaurante que resgata a comida com toda influência da culinária trazida pelos negros escravizados. E pratos, como feijoada e angu, por apenas R$ 20, são um atrativo e tanto.
No Largo da Prainha vimos também a estátua da bailarina Mercedes Baptista (1921-2014), uma justa homenagem àquela que foi a primeira negra a integrar o corpo de baile do Theatro Municipal. O reconhecimento, no entanto, não veio nas apresentações de balé, nas quais era sempre preterida por conta da cor, e sim de sua atuação como precursora do balé afro-brasileiro e nas coreografias de alas, nos desfiles de carnaval. Também no Largo da Prainha, ouvimos histórias da Tia Ciata e outras lideranças femininas, tão importantes na resistência da cultura africana. Samba, capoeira e candomblé eram ilegais, mas nunca deixaram de acontecer nas casas dessas mulheres.
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Bailarina Mercedes Baptista, a primeira negra a integrar o corpo de baile do Theatro Municipal |
Continuamos nosso passeio até a Pedra do Sal, que foi reduto da cultura negra e redescoberto como local de resgate da identidade afro-brasileira. Hoje, é um ponto de encontro, com roda de samba, mas com valor histórico bem maior do o atrativo turístico.
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Pedra do Sal |
Gaby destacou muito a questão da resistência negra porque foi nos mostrando, ao longo do roteiro, como essa cultura foi sendo escondida, apagada, no decorrer dos anos. E quando chegamos ao Jardim Suspenso do Valongo entendemos melhor isso, obra da gestão do prefeito Pereira Passos (1902-1906), que buscou "europeizar" o centro da cidade.
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Praça dos Estivadores, anteriormente conhecida como Praça do Mercado |
A Pequena África é mais do que um roteiro turístico, é a preservação da nossa história
O mais gostoso de acompanhar o roteiro do Sou+Carioca, é ouvir "curiosidades" tão importantes na formação da nossa sociedade. Do Jardim Suspenso do Valongo, observamos, do outro lado, o Morro da Providência. E Gaby nos contou sobre o termo favela (que veio da planta favela, do povoado de Canudos, no sertão baiano) e o começo da favelização no Rio. Os homens daqui que foram lutar na Guerra de Canudos tinham a promessa de terras no morro, mas ao voltarem do conflito, não foram contemplados. Eles ocuparam o morro sem as condições básicas de moradia, esperando uma providência do governo.
Nosso tour seguiu até o Cais do Valongo, uma preciosidade arqueológica na Avenida Barão de Tefé, na Saúde. O Cais do Valongo tem o título de Patrimônio Histórico da Humanidade, concedido pela Unesco, pois é o único vestígio material do desembarque dos africanos escravizados, na América.
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Cais do Valongo |
Encerramos nosso delicioso passeio, contemplando o Mural Etnias, conhecido como mural do Kobra (obra do artista Eduardo Kobra), na fachada de um dos antigos armazéns da Gamboa, na ocasião da Olimpíada 2016.
O gostinho amargo do passeio ficou por conta do descaso que existe até hoje em relação a esse tipo de circuito cultural. Não encontramos placas pelo caminho. Alguns pontos importantes, como a Pedra do Sal, sem a limpeza e preservação que merecem. Ainda assim, um passeio que super indico, pois, como ressaltou a Gaby, quando conhecemos nossa história, nossos patrimônios, cuidamos melhor deles.
Quer saber sobre mais roteiros pelo Centro do Rio, conheça o Tour Império Musical.
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Este blog é associado à RBBV (Rede Brasileira de Blogueiros de Viagens).
Você não pagará nada a mais por isso e nós seremos comissionados pela indicação.
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Carol do Viajar Correndo
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Fiquei encantada com o roteiro e com a proposta do Sou + carioca. O Rio é lindo e merece ações como esta. Além das belezas naturais, devemos enaltecer o Patrimônio Histórico e Cultural da cidade. Parabéns por participarem desta bela iniciativa!
ResponderExcluirObrigada e acompanha o trabalho delas, é maravilhoso e tem sempre novidades
ExcluirDeu pra passear junto com você no seu relato. Adorei as fotos também. A gente sabe tão pouco do Rio. Tanta riqueza e história!!!
ResponderExcluirE o Rio tem uma participação muito importante na história desse país. Precisaos conhecê-la.
ExcluirEsse tour é demais né? A Gaby fez uma versão dele comigo + Praça Mauá, museus e etc da penúltima vez que estive no Rio - ainda bem que tenho a melhor guia como amiga hahaha E bem lembrado, preciso escrever meu post sobre isso pq a Sou Mais Carioca merece! Eu não teria coragem de andar naquela região sozinha se não estivesse acompanhada por quem anda bastante por ali...
ResponderExcluirVocê acredita que passei minha infância pelos morros da Saúde/Praça Mauá, minha avó morava em uma daquelas ladeiras, fiz até Primeira Comunhão, adoro esse passeio porque tem gosto da minha infância. beijos
ExcluirAhhh tenho tanto pra conhecer no Rio! Preciso logo voltar! Adorei as dicas!
ResponderExcluirQuando vier avise e vamos garimpar por aí...
Excluirbeijos
Adoro fazer tour guiado e esse parece tudo de bom!!! Adorei a dica, já tinha ouvido falar sobre esse projeto, quando for ao Rio certamente farei esse tour.
ResponderExcluirSim, esse projeto é muito legal, tudo preparado com conhecimento e muito amor, super indico, beijos
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