Kuala Lumpur, Malásia |
Ele diz que nem sabe bem como foi parar lá, foi algo inesperado, mas eu lembro seguramente do dia que conversávamos, eu, Marco Stamm, meu amigo e sócio, e sua linda esposa, Viviane. Bom, mas deixa ele contar do jeito dele, melhor não contrariar. 😆
Por Marco Stamm
E tinha uma Kuala Lumpur, Malásia, no meio do caminho...
No fim de 2016, eu e Viviane decidimos que iríamos planejar as férias que tiraríamos em abril deste ano. Morando no Rio, e tendo quase tudo o que gostamos à disposição, decidimos que sairíamos do Brasil … pela primeira vez. Por um curto período, até a Vivi desaprovar, planejei uma road trip pelo Uruguai. Um dia, como quem não quer nada, soltei a palavra Vietnã no ar. E não é de que deu certo?. Ela gostou do destino, vimos que alimentação e hospedagem eram compatíveis com nosso orçamento, mas as passagens eram caras. Inesperadamente, para mim, ela sugeriu a Tailândia. Fechou. #partiutailandia.
Em novembro, conseguimos uma superpromoção e pagamos R$ 4,6 mil por duas passagens de São Paulo a Bangkok pela Qatar Airways, que foi eleita a melhor companhia do mundo em 2016, e de quebra ganhamos algumas horinhas em Doha, experiência que conto em outro post.
Estando na Ásia, decidimos que queríamos conhecer Bali. Como encontramos passagens absurdamente baratas, e queríamos carimbar o máximo possível os nossos recém-nascidos passaportes, montamos um roteiro para os 20 dias de férias passando por Bangkok (Tailândia), Kuala Lumpur (Malásia), Bali (Indonésia), Phi Phi Island (Tailândia) e Doha (Qatar).
Todas essas passagens dentro da Ásia, de saída e retorno a Bangkok, custaram pouco mais de R$ 1,5 mil … para os dois … com seguro. Isso porque voamos com as companhias de baixo custo, as Low Coasts, que te dão duas alegrias: na hora da compra e do desembarque. Resumindo, são iguais às nossas, só que baratas.
Para fechar as questões de custos e dar uma ideia ao leitor de quanto se gasta na Ásia, conseguimos hotéis, todos acima de três estrelas, a uma média de R$ 120 por dia. Com R$ 70 por dias, um casal consegue, facilmente, fazer duas refeições.
Sobre a Tailândia, esse post aqui da Olívia explica mais do que o necessário. Ele foi, seguramente, fonte de 60% das nossas pesquisas sobre o país. Vale conferir. Vou me ater mais à Malásia e, finalmente, pagar uma antiga dívida com o Garimpando por Aí.
Kuala Lumpur, Malásia
A Malásia entrou no roteiro porque entre Bangkok e Bali tinha uma escala de oito horas em Kuala Lumpur, cidade que eu só conhecia pelo GP de Fórmula 1, mas que sempre gerou curiosidade. Inicialmente, queríamos fazer um rápido city tour e voltar para o aeroporto. Mas logo descobrimos que por lá, como cá, o trânsito não é dos melhores e não tínhamos ideia de como seria a passagem pela imigração. Decidimos ficar três dias na cidade.
Kuala Lumpur, que, pela intimidade, eu já chamo de KL, é a capital da Malásia e a cidade mais populosa, com 1,6 milhões de habitantes. E se você pensa que o Brasil é um país multicultural e multiétnico, vai rever seus conceitos assim que colocar o pé no KLIA (Kuala Lumpur International Airport).
Kuala Lumpur, na Malásia |
Logo na longa fila da imigração, que é demorada, mas simples (é basicamente um cara-crachá), saberá do que estou falando. O islamismo é a religião oficial, mas a liberdade religiosa é garantida pela constituição. E não poderia ser diferente, pois a cidade, fundada em 1857, foi colonizada por chineses, indianos e povos malaios, que se uniram em trabalho e desgraças para levantar KL.
Essa história é contada numa peça de teatro que vimos logo na primeira noite que chegamos à cidade. Fomos, a pé e seguros, ao Paggung Bandaraya City Theatre, que fica num enorme palácio islâmico (pena que estava em reforma) e assistimos ao musical “MUD, nossa história de KL” (R$ 140 para os dois), estrelado por atores locais que interagiam o tempo todo com a plateia de 19 pessoas, o que é lamentável pela imponência do teatro e pela qualidade do espetáculo. No fim, subimos ao palco e quase deu samba.
Kuala Lumpur, Malásia |
Em frente ao teatro fica a Merdeka Skare, também conhecida como a praça da independência. O local é ponto de encontro de famílias que, à noite, levam seus filhos brincar no gramado ou perto das fontes. É lá que fica a galeria municipal e a famosa instalação escrita “I love KL”.
É em Kuala Lumpur que ficam as Petronas Twins Towers, dois arranha-céus, de 88 andares e 452 metros, que são, atualmente, a 6ª construção mais alta do mundo. É possível, com agendamento e pagamento prévio, fazer um tour pelas torres. Nós optamos por vê-las de frente e subimos até o bar do Traders Hotel, cuja entrada é de graça. Bebemos uma cerveja e um drink (R$ 80), fizemos algumas fotos e saímos felizes.
As torres ficam num parque e em cima de um shopping center. Ali parece ser o principal ponto de encontro da juventude transgressora da Malásia, que se reúne para fumar (cigarro de fumo) e conversar em meio a moradores e moradoras que, tranquilamente, fazem exercícios, algumas debaixo da burca
Até eu que não gosto de viajar para fazer compras me rendi ao Central Market. Passamos quase um dia inteiro vendo praticamente de tudo o que a Malásia pode oferecer. Muita roupa indiana e chinesa, souvenires artesanais feitas de coco, peixes preparados de todas as maneiras, frutas e sucos das mais variadas espécies. Foi uma agradável surpresa que, talvez, tenha sido proporcionada pela massagem nos pés que recebi dos peixinhos logo que chegamos.
No último dia, como já estávamos ambientados e “conhecíamos” a cidade, resolvemos ir para a Batu Caves, que é um dos maiores templos hindus fora da Índia, e que fica no subúrbio de KL. Pegamos um trem na KL Sentral (estação central multimodal) e em menos de uma hora de viagem já estávamos subindo as escadas de uma das três cavernas que contam a história do induísmo. Quem não gosta de aglomeração e sujeira e pensa em ir só por curiosidade, pode dispensar o passeio. Já quem não se incomoda e busca conhecer um pouco da religião, fará um tour enriquecedor.
Kuala Lumpur, Malásia |
Se fosse para fazer um balanço pela passagem a KL, eu diria que empatou. Embora não haja conflito e não se veja discussões, pelo contrário, as pessoas aparentam viver numa harmonia que não vemos por aqui, há uma segregação até na formação urbana, com regiões características de cada povo, o que, consequentemente, reflete no comportamento cultural. Em KL, é normal encontrar chineses arrotando e indianos cuspindo no chão, sem nenhum pudor. Faz parte da cultura deles e eles não vão agir diferente porque nós achamos nojentinho.
A cidade parece ser segura. Circulamos a pé nos arredores do hotel, fomos abordados discretamente por alguns mendigos, mas não houve nada que causasse sequer receio. O trânsito é, de fato, ruim, os táxis são velhos e caros, mas há a opção de andar com o Grab e com o Uber, que são muito mais barato. Metrô e trem parecem funcionar bem para a cidade e para o subúrbio, são fáceis de pegar e baratos.
O acesso do aeroporto para a cidade pode ser feito por um trem que sai dos dois terminais do KLIA. Optamos por ir de Uber carro já para conhecer a cidade e também porque o valor era similar ao do trem para duas pessoas.
Num próximo post termino de pagar minha conta e escrevo sobre a maravilhosa passagem por Bali e do city tour em Doha.
Quer saber mais sobre destinos na Ásia? Olha o que a Elizabeth Werneck contou sobre sua aventura em Myanmar e informações para visitar esse misterioso país.
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